Oi pepessoal! Estava com dois textos meio que escritos bacanas, até que na semana passada caiu no meu colo o livro Guerra do Velho – então PRECISO falar sobre ele. (Na verdade a história é até mais bizarra, eu acabei ganhando o segundo livro “As Brigadas Fantasma”. Obviamente precisava pegar o primeiro; já estava de olho nele a um tempo, então peguei. Li em dois dias).
Guerra do Velho é um livro que a Aleph trouxe em 2016 do escritor John Scalzi. Ele ganhou o Prêmio Hugo, Locus, Melhor Escritor Estreante; e o livro de estreia dele – justamente a Guerra do Velho – coleciona prêmios e elogios. Claramente influenciado por Frank Hebert – Duna, Orson Scott Card – O Jogo do Exterminador (Ender´s Game) e Robert Heinlein – Tropas Estrelares (Starship Troopers. É, esse mesmo daquele filme…. polêmico!), o livro retrata o ponto de vista de John Perry, um senhor de 75 anos que se alista para lutar pelas Forças Colônias de Defesa (FCD).
Pois é. Parece estranho. Mas isso que traz essa diferença no livro. É sim uma história de guerra. É mais ainda uma ficção cientifica. Mas tem essa pegada moderna, que atualiza alguns conceitos que já estamos acostumados nesses dois gêneros. Vão ter os alienígenas estranhos (e que você tem que imaginar eles). Vai ter a tecnologia fantástica que possibilita a conquista do espaço. Vão ter armas e naves que se espera em uma boa ficção cientifica. Mas a questão não é essa. A questão é como você lida com a guerra, tendo 75 anos.
Guerra é uma coisa brutal. Você ter que matar alguém é a última instância da sobrevivência. Quando você tem 19 anos, juventude a flor da pele, você quer escrever sua história. Se você tem 75 anos, na guerra você vai lutar para defender quem você ama. Seus filhos. Seus netos. O que você construiu durante a vida. E isso torna o livro especial, não somente as batalhas mas esse ponto de vista único.
“Esse é um dos motivos pelos quais as FDC selecionam idoso para se tornarem soldados. Não é porque vocês todos estão aposentados e são um peso para a economia. É também porque viveram o bastante para saber que há mais na vida do que a própria vida. A maioria de vocês criou famílias, teve filhos, netos, entende o valor de fazer algo alem de seus objetivos egoístas.”
O livro tem esses debates filosóficos. É uma obra militar, você se vê em questionamentos interessantíssimos. Quando ele começa a se questionar sobre a descaracterização do inimigo como ser humano – e até mesmo do soldado como ser humano, você percebe que está pensando em temas nada óbvios, trazendo o lado de humanas para essa tal de ficção científica! O personagem principal Perry vive assombrado pela perda da mulher anos antes, e as mudanças de direção que a vida tomou até ali. E se questiona sobre a guerra, com um ponto de vista afiado de um jovem de 75 anos.
O livro vai sendo narrado e vai soltando informações aos poucos. Você vai entendendo a vida de John, a nova vida dele como soldado e o que é essa guerra, as novas tecnologias, os novos mundos sob seus olhos. Muita informação sim, mas tudo muito bem contado. Acima de tudo, o livro é bem escrito. Ele flui muito bem – eu li em dois dias lembra? John Scalzi merece os elogios que recebeu, ele realmente traz uma nova visão à ficção científica. Constrói um mundo fantástico baseado em conceitos reais e ficcionais e te prende em uma leitura cativante! A jornada de John Perry se inicia na Terra e te leva para uma guerra espacial como se fosse algo extremamente natural, soltando perguntas e respondendo elas, te prendendo no livro para saber o que vai acontecer. Uma nova saga que deve ter seu lugar junto com grandes nomes da ficção.
A Aleph está de parabéns por trazer esse livro para cá. Alias, eles estão com uma linha Geek / SciFi / Nerd / Pop fantástica! Não leu, procure, aproveite que o segundo volume já está disponível e você não vai ter que esperar muito para ler a continuação! Eu mal posso esperar para ler toda saga!
😉
PS: Sim, li também As Brigadas Fantasma em dois dias. Tb é fantástico. (Aleph, traz logo A Última Colonia por favor!!!) Mas quero ver quem leu aqui a Guerra do Velho, para podermos trocar figurinhas…
Topa? Diz ai quem quer ler, quem ja leu?