Quem olha hoje para a Disney como o maior estúdio da Hollywood atual, pensa que ela já nasceu grande e é compreensível pensar assim: hoje a Disney é dona da Marvel Studios, LucasFilm, Pixar, das séries do canal ABC (como Grey’s Anatomy, Scandal e todas as séries da Marvel, incluindo as produções da Netflix), além da própria Disney em si, com as animações ou os filmes em live action.
Sem contar que, por décadas o estúdio foi soberano nas animações e quem fizer uma lista de clássico dos gêneros, a grandiosa maioria será da Disney.
Mas a Disney como conhecemos não nasceu pronta, muito pelo contrário: em 1937, muitos viam a ideia de um longa animado para o cinema como uma loucura de Walt Disney e a maioria apostou que o projeto não vingaria.
Felizmente, estavam errados.
Branca de Neve e os Sete Anões foi o primeiro longa animado para os cinemas, foi um grande sucesso de público e crítica e, se contar com a correção da inflação, uma das maiores bilheterias da história.
Quem assiste a animação hoje vê que ela não morreu com o tempo, pelo contrário, está melhor do que muita coisa em 3D por aí e o espectador mais desavisado pode até se assustar em ver que o filme foi feito há 80 anos.
Essa é, portanto, uma animação muito à frente de seu tempo.
Mas Branca de Neve e os Sete Anões não marcou a história apenas por causa de sua técnica: sua trama clássica inspira muitos até hoje: se temos filmes como Encantada, Branca de Neve e o Caçador e a série Once Upon a Time (curiosamente, exibida no canal ABC), foi porque lá nos anos 30, um cidadão chamado Walt Disney teve a ousadia de trazer um conceito novo para o cinema.
Como não lembrar de frases como: “Espelho, Espelho Meu, Existe Alguém Mais Bela do que eu?”, ou da música clássica “Eu Vou, Eu Vou, Pra Casa Agora Eu Vou”.
Não que o filme seja exatamente original, já que é baseado em um conto dos irmãos Grimm, mas ditou a moda de como seriam as animações posteriores.
É muito fácil olhar para o filme com o olhar de hoje e apontar os possíveis defeitos, como a mocinha que precisa ser salva ou o bem e o mal estabelecidos, mas estamos falando de 1937, época em que a mulher mal votava e só o fato de ter uma protagonista feminina que virou um símbolo da cultura pop e que até hoje vemos cosplay da Branca de Neve em eventos, não devemos ignorá-la.
Se hoje vemos protagonistas como a Moana ou Mulher-Maravilha, na época, falar em empoderamento feminino era quase uma heresia.
Branca de Neve e os Sete Anões ainda é uma animação muito deliciosa de se ver, continua a encantar gerações mesmo após 80 anos de seu lançamento e mesmo com várias adaptações, a versão original continua irretocável.
Nota: 5 estrelas!