Normalmente quando indico uma obra me preocupo em indicar algo que tenha sido publicado no Brasil, ou que pelo menos seja de fácil acesso ao público daqui. Vou romper esta regra hoje, mas prometo que é por uma boa causa.
Dragon Quest: Dai no Daiboken é (como o título deixa evidente) baseado na franquia de jogos arrasa-quarteirão da Square-Ennix. No Japão, Dragon Quest é, inclusive, maior e mais popular do que Final Fantasy, e todo lançamento de jogos oficiais da franquia registra os maiores picos de faltas nas escolas e trabalhos no país. O mangá por si só foi um grande arrasa-quarteirão durante o seu período de publicação (entre 1989 e 1996), totalizando mais de 50 milhões de exemplares vendidos, o que coloca a obra entre as mais bem sucedidas da história dos quadrinhos… e sim, ela nunca nem chegou perto de ser publicada por aqui.
Aqui temos contada a história do menino Dai, uma criança ingênua e extremamente forte que foi criada por monstros numa ilha totalmente isolada. Os primeiros capítulos apresentam os personagens, e o mangá demora um pouco a engrenar, mas quando engrena vai em ritmo extremamente acelerado por todos os seus 37 volumes e 349 capítulos. Apenas no capítulo 6 a história começa a se mover, quando o lendário herói Avan aparece na ilha e começa a treinar Dai. Eventualmente a ilha é invadida pelo Rei Demônio Hadlar e a trama principal inicia o seu desenvolvimento. Você teve um déjà vu com o plot que contei? Não foi à toa, o mangá recebeu uma adaptação em anime que cobre apenas os primeiros arcos da história e que foi exibida por aqui, nas manhãs do SBT com o infame título de Fly, o pequeno guerreiro… sim, esse Fly:
Não se apeguem à péssima impressão que essa abertura pode dar, a obra é boa, na verdade é um dos melhores exemplos de anime shonen raiz que vocês lerão na vida. Não há aqui a ambição de ser uma obra prima e nem de inventar muito, apenas de contar uma boa história baseada em JRPGs, com ação e lutas alucinantes e diversas reviravoltas sem pé nem cabeça (mas todas divertidíssimas).
Vocês não encontrarão a obra completa em português na internet (mas acharão em inglês com facilidade, caso dominem a língua), apenas um projeto de tradução em andamento, mais ou menos na metade dos capítulos. Mas fica aqui o apelo sincero às editoras que publicam mangás no país, principalmente Panini e JBC, as maiores, dêem uma chance e tragam esse título para o Brasil (seria uma boa aproveitar o lançamento do próximo jogo de Dragon Quest no ocidente, pra acompanhar o hype), nada vende 50 milhões de cópias se não possuir qualidade e provavelmente o investimento não será em vão.
Bônus:
A música de abertura original é quase tão ruim quanto a brasileira… quem diria…
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