Fuuka é um mangá musical escrito e desenhado por Koji Seo, começou a ser publicado em 2014 e ainda continua. O mangá não possui publicação oficial no Brasil, mas é possível lê-lo em inglês no app de mangás da Crunchyroll, bastando (obviamente) ter uma assinatura do serviço de animes (os mangás são inclusos em qualquer assinatura) e trocar o idioma de português para Inglês americano. Também é possível ler direto pelo site da Crunchyroll, neste caso sem precisar trocar o idioma (leia aqui), mas a experiência de leitura no PC não é nem um pouco confortável, diferente de um tablet.
Aqui a interface do app Crunchyroll mangá para iOs, com o mangá Fuuka
Deparei-me com Fuuka por acaso e de cara o mangá não parece ser uma obra musical e sim um romance shoujo comum, onde um menino – Yu Haruna – viciado em redes sociais, com problemas pra conversar pessoalmente com as pessoas, acaba trombando (literalmente) com uma menina – Fuuka Akitsuki – completamente diferente dele, ela nem mesmo possui celular! Após alguns capítulos abordando a crescente relação entre eles e tocando o tema da música apenas como pano de fundo (Fuuka é apaixonada por música e dedica boa parte do seu tempo ouvindo CDs), o mangá introduz a música como verdadeiro tema principal e começa a desenvolver as personagens tendo isso como pressuposto.
É bem interessante ver como o autor faz com qualidade essa transição de um aparente mangá de romance para um mangá musical. Levando em conta a maneira como acontece provavelmente não ficaria tão bom caso o leitor soubesse desde o princípio qual seria de fato o rumo da obra (desculpem por atrapalhar isso). Aliás Koji Seo leva o mangá todo muito bem usando essa estratégia de não apresentar de cara as suas intenções, e o leitor se assombrará e provavelmente ficará de coração completamente partido quando ler o capítulo 36 da obra. Sobre o capítulo em questão é realmente corajosa demais a decisão do autor, não contarei aqui porque faz parte da experiência de ler o mangá, mas saiba que o rumo da história muda completamente. Quando li eu fiquei ressabiado com o que aconteceu, mas dando prosseguimento à leitura percebi que era necessário para mensagem que ele queria passar na obra, bem como para a construção da história e sem este acontecimento específico jamais as personagens poderiam chegar ao nível de amadurecimento que atingiram no decorrer da mesma.
No momento da publicação deste post o mangá está no capítulo 156, sem nenhuma previsão de acabar, mas mesmo sendo reticente em indicar obras ainda em publicação, eu indico a leitura de Fuuka sem nem pensar muito, a delicadeza como a obra é conduzida faz valer a pena a espera pela conclusão.
Vale destacar como o mangá consegue abordar a música de maneira magistral sem – obviamente – possuir som. A maioria das canções nem ao menos possui letra, mas o leitor sente o que está acontecendo por meio do desenho e da maneira como o roteiro é estabelecido. Por se tratar de uma obra voltada à música seria de se esperar que um anime logo surgisse e isso aconteceu no começo deste ano com resultados mistos.
Acredito que quem não leu o mangá tem grandes chances de gostar bastante do anime, mas é difícil de entender algumas escolhas feitas. A obra audiovisual é muito fiel à obra escrita até o episódio 8, mas os demais 4 episódios divergem quase que 100% da obra original. Basicamente para a adaptação foi escolhido mudar a grande reviravolta do capítulo 36 do mangá, bem como dar um tom muito mais romântico, o que torna um anime que poderia ser memorável em mais um anime de romance adolescente.
A parte musical é competente, mas poderia ser bem melhor, a canção de abertura, Climber´s High!, da banda The Hedghogs (que no mangá tem parte muito importante na história, mas que acabou ficando meio secundária no anime) é realmente boa, mas as demais músicas são apenas ok. A parte instrumental das canções ficou um tanto quanto repetitiva e poucas músicas foram adaptadas se compararmos com as que são citadas no mangá, mas isso é algo plenamente entendível, já que provavelmente um esmero maior nesta parte encareceria demais a produção do anime.
No final acabou me parecendo que o anime – diferentemente do mangá – é uma obra divertida mas plenamente esquecível. Mas caso alguém queira conferir (e recomendo que leiam o mangá antes) todos os episódios estão disponíveis na Crunchyroll.
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