Título Original: Alien
Ano de produção: 1979
Direção: Ridley Scott
Estreia: 25 de Maio de 1979 (EUA) e 20 de Agosto de 1979 ( Brasil )
Duração: 116 minutos (versão de cinema) 115 minutos (versão do diretor)
Classificação: 14 anos
Gênero: Terror/SciFi
Países de Origem: Estados Unidos e Reino Unido
Para esta crítica assisti à versão do diretor do filme, contida no Blu-ray e não à versão de cinema. Mas como já havia visto a versão original poderei comentar as diferenças entre elas.
Alien é, sobretudo, um filme de terror, o que difere de todas as entradas posteriores da série, por isto a ação acompanha um ritmo mais lento da projeção, mais contemplativo, e neste ponto a excelente cena com o título aparecendo no espaço lentamente e a cena inicial da Nostromo sendo apresentada, deserta (como é de se esperar de uma nava gigantesca habitada por apenas sete passageiros) são exemplares. Esta versão acelerou um pouco o ritmo do filme (o que pode ser notado ao constatarmos que a versão de cinema possui um minuto a mais, apesar da versão do diretor possuir duas cenas extras), provavelmente para adequá-lo às novas audiências. Eu considero que esta mudança não é muito sentida e, apesar do ritmo mais lento ser mais próprio dos filmes de terror, talvez as duas excelentes cenas extras façam a versão do diretor valer a pena.
Sobre estas cenas é bom comentar como elas mexem com a percepção que temos de elementos do filme e da série em si. A primeira cena é logo após Dallas forçar a entrada na nave e mostra Ripley contestando esta decisão e a outra cena mostra um possível ninho de Alien feito na nave. Ambas as cenas ajudam ao seu modo a explicar melhor as coisas, a primeira dando mais profundidade à personagem de Ripley e a segunda dando uma camada a mais ao vilão silencioso e misterioso do filme (é bom lembrar que só saberíamos mais sobre a espécie no segundo filme da série).
Falando do Alien em si, aqui ele aparece muito menos do que nos demais filmes, apenas em cenas específicas e muito bem calculadas por Ridley Scott. Devemos entender as limitações técnicas de um filme de 1979 e que ainda contava com um orçamento limitado. Posto isto torna-se impressionante o trabalho de H. R. Giger que trouxe a vida à criatura mais assustadora da história do cinema. O design da alien é fabuloso, sendo assustador, profundamente “alienígena” e totalmente crível em suas aparições. Percebam que maravilhosa é a cena onde vemos pela primeira vez em detalhes a “segunda boca” do monstro, evocando um tipo de medo primitivo no expectador.
A estrutura do roteiro do filme prefere construir lentamente todo um pano de fundo (pontuado por excelentes cenas de suspense e terror) que culminará numa cena de ação grande e bem conduzida ao final, ao invés de fazer uma ação mais presente como veremos na sequência, Aliens. A apresentação metódica e calculada do monstro contribui muito para a construção do clima de terror do filme.
Outro ponto alto é o desenvolvimento lento de Ripley, explico, o roteiro não se apressa em apresentá-la como protagonista, colocando-a como mais uma da tripulação durante pelo menos metade da película (com exceção da cena “nova” que comentei anteriormente) e isto é bom, pois aos poucos o espectador vai percebendo que Ripley é a única criatura sensata da Nostromo, sem precisar que o roteiro o pegue pelas mãos e o conduza às soluções. Esta decisão deixa o filme mais sutil e complexo, o que faz com que nos importamos muito mais com Ripley do que com qualquer outro personagem (ok, com a exceção de Jones, o gato da nave).
Alien é uma obra curiosa, ao mesmo tempo um dos melhores filmes de terror e um dos melhores filmes de SciFi de todos os tempo, se você não assistiu ainda, aproveite que o novo filme da franquia Alien: Covenant estreará nesta Quinta (11/05) e veja essa obra-prima dos cinemas. Ahhh, e volte aqui ao Novo Nerd que eu farei a resenha de todos os outros filmes da série.
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