Sou apaixonada por livros, acho que todo mundo que me conhece sabe disso, e estou sempre procurando histórias novas, ou trombando com elas, independentemente dos gêneros.
Então esse mês não foi diferente, o Grupo Planeta nos enviou Princesa de Papel, um dos seus lançamentos do ano e primeiro volume da série The Royals, da autora canadense Elle Kennedy (amores improváveis) e da americana Jen Frederick (Woodlands e Gridiron), sob pseudônimo Erin Watt, e me surpreendeu com mais um new adult muito bom!
Ella Harper é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de cidade em cidade com a mãe, uma mulher instável e problemática, acreditando que em algum momento as duas conseguiriam sair do sufoco. Mas agora a mãe morreu, e Ella está sozinha. É quando aparece Callum Royal, amigo do pai, que promete tirá-la da pobreza. A oferta parece tentadora: uma boa mesada, uma promessa de herança, uma nova vida na mansão dos Royal, onde passará a conviver com os cinco filhos de Callum. Ao chegar ao novo lar, Ella descobre que cada garoto Royal é mais atraente que o outro – e que todos a odeiam com todas as forças. Especialmente Reed, o mais sedutor, e também aquele capaz de baixar na escola o “decreto Royal” – basta uma palavra dele e a vida social da garota estará estilhaçada pelos próximos anos. Reed não a quer ali. Ele diz que ela não pertence ao mundo dos Royal. E ele pode estar certo.
Narrado em primeira pessoa por Ella, logo nos primeiros capítulos, onde conhecemos um pouco mais da protagonista e o que tem feito para sobreviver posteriormente a morte de sua mãe, já criei grande afeição pela menina forte, sem arrependimentos e preconceitos. Até que sua vida muda, quando Callum, o homem rico que supostamente tem sua tutela legal, aparece e a leva para sua mansão, onde vive com seus cinco filhos irresistíveis, e que não a querem ali.
Instalada na mansão dos Royal, na qual Callum e seus filhos vivem uma relação conturbada, desde a morte da mãe, as coisas só se intensificam, porque esses estão convencidos de que Ella está sexualmente envolvida com ele, e por a mesma ser filha de Steve. Homem que apesar de terem grande apreço, culpam por ter levado o pai a infidelidade, quando a mãe deles ainda era viva, e, conjuntamente com os negócios, a negligenciar a família. Fora o fato de Ella estar fortemente atraída por Reed, que a odeia ainda mais que seus irmãos.
Assim, como é de se esperar com essa relação problemática, toda a atenção excessiva dirigida a Ella, torna-se também um dos maiores problemas dos jovens Royal com a garota. Eles passam a agir da pior maneira possível, dentro e fora de casa, para que esta decida ir embora, o que consequentemente faz com que todos do ciclo social e da escola onde foi inserida, ignorem a menina, por um bom tempo, já não querem desagradar a “família real”, e não sabem qual será o veredicto de Reed em relação a ela.
Inicialmente, por conta do modo como Reed, Easton, Sebastian, Sawyer e Gideon agem, eu estava seriamente crente de que o livro seria somente mais um clichê, onde os meninos por rancor tentam destruir a mocinha, e depois se apaixonam por ela. Mas o que eu não sabia era, que apesar dos clichês presentes na história, assim como na vida, algo muito mais profundo e surpreendente viria.
Com o decorrer das páginas, conforme mergulhamos nos acontecimentos, torna-se possível notar o quanto os Royal são misteriosos. Todos eles possuem segredos e atitudes para as quais queremos respostas, além de comportamentos excessivamente autodestrutivos, depreciativos. Há tanta profundidade e complexidade envolvida no ser deles, que começamos a questionar a verdadeira razão de eles quererem Ella fora dali.
Composto por momentos cômicos, delicados e capítulos curtos, essa é uma ótima leitura para aqueles que gostam do gênero e buscam por leituras que equilibram leveza e complexidade. A construção dos personagens secundários, e o êxito em demonstrá-la através da narrativa em primeira pessoa, é admirável. A relação afetiva entre os cinco irmãos (algo que acredito ser derivada da negligência inconsciente do pai quando eram crianças) e a preocupação com o bem-estar, também. E então tem Ella, que não tenho nem o que dizer, queria ter metade da força e coragem que ela tem.
Obviamente houveram detalhes que me incomodaram, afinal, tratando-se de adolescentes agindo feito idiotas, não tinha como não, mas indico demais, vale muito a pena conhecer, não vão se arrepender.
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