Crítica fragmentada de Fragmentado!

E aí, como estão? Por aqui está tudo tranquilo! =)

Bom, fui à cabine de Fragmentado e uma galera aqui do site foi ao corujão especial Shyamalan no Caixa Belas Artes, no qual o filme era a atração principal de todas as salas. Então, teremos algumas opiniões aqui. Vou ter a honra de compartilhar este post com o  Rapha Brito! =)

Sem delongas, vamos lá: CARA, QUE FILME FOI ESTE?!

Eu sai completamente dolorida da sessão. Eu não me lembro de sentir tanta agonia assim ao longo de um filme. Eu me encolhia sem perceber, eu tensionei meu corpo todo! E sabe o que é o mais maluco?! Faria tudo de novo! Que obra de arte!

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Não quero dar spoiler, nem me alongar, mas preciso pontuar duas coisas incríveis: a atuação do James McAvoy e a amarração da trama, tudo que aparece e o jeito como é apresentado faz sentido e é proposital, a semiótica é trabalhada em tempo integral. Sobre a performance do McAvoy só há uma palavra: incrível. O cara interpreta uma personagem –  Kevin – com TDI (Transtorno Dissociativo de Identidade), que possui 23 personalidades distintas, conseguindo alterná-las quimicamente em seu organismo apenas com a força do pensamento, sendo que pelo menos 5 delas são apresentadas constantemente para nós e que muitas vezes são trocadas no MESMO PLANO-SEQUÊNCIA, sem mudar figurino ou maquiagem, mas que de resto muda tudo: voz, expressão, jeito, porte, modos, fala… Etc. (Hahahahaha quem viu o filme, pegou minha piadinha! Hahahaha) Enfim, eu queria ver uma entrevista com o ator para saber como que foi, o que ele estudou, como ele se sentia e como ele se sente até hoje. Porque eu acredito que deve ter sido muito desgastante e intenso, porém o resultado é espetacular! Só por ele o longa já vale a pena!

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Vamos ao outro ponto – a semiótica e as referências trabalhas: logo nos 10 primeiros minutos eu me toquei que eu deveria ficar atenta porque a história iria me “mostrar” muito mais coisas do que estava ali no roteiro. Aliás, tenho que fazer uma única pontuação sobre o roteiro: se você acompanhar todas as dicas que o escritor/diretor te dá ao longo da trama, muitas coisas ficam bem óbvias e previsíveis, e eu gostei disso. Normalmente dá uma decepcionada esse tipo de coisa, mas nesse caso trouxe mais calma, empatia e leveza para a narrativa. Tudo é muito tenso, mas isso dá uma quebra e daí você consegue entender melhor as personagens principais. Por isso, se eu puder te dar uma dica é: veja os outros filmes do diretor e fique atentos aos detalhes!

Eu amei muito muito e quero ver mais vezes para poder pescar cada brecha que existe neste filme magnífico! Para mim, M. Night Shyamalan destruiu! 😉

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Agora é a vez do Rapha falar com vocês:

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Fragmentado é a volta por cima de M. Night Shyamalan

O filme conta a história de Kevin, que tem 23 personalidades dentro de si. A história tem início quando uma de suas personalidades sequestra 3 adolescentes em um estacionamento, e na sequência ele as deixa trancadas em um quarto sem contato com o mundo exterior.

Shyamalan constrói um filme tenso, sombrio e no qual o medo está nas pequenas coisas, como no olhar do protagonista e na expectativa de as adolescentes conseguirem fugir de seu agressor: cada tentativa de fuga delas é capaz de deixar a plateia sem ar. Tecnicamente ele é perfeito, seja pela fotografia soturna, a câmera bem colocada no rosto dos personagens e a montagem perfeita: a película jamais se estende e não há a famosa “barriga” para preencher o tempo de duração.

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Mas a coisa mais marcante em Fragmentado é a atuação hipnotizante de James McAvoy. Não é apenas a mudança de voz, são os trejeitos e expressões. Isso é dificílimo. Se McAvoy desse errado, o resultado de tudo iria por água abaixo. Mas o filme não se resume apenas a ele: Betty Buckley faz a psicóloga (ou a consciência) do protagonista e o trio de adolescentes também está bem, mas o destaque fica com Casey, vivida pela ótima Anya Taylor-Joy, que já havia arrebentado em A Bruxa. Aqui, ela consegue encarar seu algoz enquanto ainda tenta encontrar em alguma das personalidades uma brecha para escapar do sequestro.

A produção usa pouco para fazer muito: o longa custou apenas 9 milhões e já faturou 260 milhões nas bilheterias mundiais. Usa de poucos recursos e efeitos e o resultado é uma obra original, muito bem dirigida, escrita, conduzida e tem tudo para se tornar um jovem clássico de terror.

Ah, também há um plot twist no final e os fãs das antigas do diretor vão sair comemorando da sessão.

Agora, com o sucesso desse filme, o que nós espectadores esperamos é que Shyamalam consiga controlar seu ego e se preocupar em fazer seus filmes. Capacidade e talento nós sabemos que ele tem. E o cinema agradece.

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Nerd: Natalia Contave

Eu amo histórias! E descobri que eu posso contá-las de várias maneiras. Ao longo da minha narrativa, eu me fiz protagonista como criadora de conteúdo, podcaster, mestra em letras, redatora, roteirista, consultora de escrita, nerd, consumidora de filmes e séries de todos os gêneros, devoradora de livros de ficção e grande apaixonada por vídeos enormes do YouTube, aqui eu denuncio a idade! Hahahaha <3

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