Fala, galera, como estão nesse início de semana? Espero que bem!!!
Hoje vim falar sobre um livro que há muito, uns três anos mais ou menos, conquistou meu coração. O livro é Os Garotos Corvos, primeiro da Saga dos Corvos, escrito pela autora Maggie Stiefvater (mesma autora da série Os Lobos de Mercy Falls, publicada aqui pela editora HarperCollins Brasil, e de A Corrida de Escorpião, publicado pelo Grupo Editorial Record com o selo da Verus). A série em questão também faz parte do catálogo do selo Verus e teve seu último volume, denominado O Rei Corvo, lançado no fim de 2016.
Médiuns. Uma busca por Reis adormecidos. Árvores que falam. Promessas de amor e morte. Quatro garotos corvos. E uma não médium. Esses são alguns dos elementos que compõem essa história fantástica, repleta de cores e sentimentos, que me deixou sem chão, com uma sensação de vazio e procurando palavras para descrevê-la desde o momento em que terminei de ler.
Para ser sincera, um pouco antes de começar a escrever esse post, eu comentei com a minha irmã o quanto ainda é difícil procurar uma forma de colocar em palavras a história do livro, porque ela é tão real e complexa, que toda vez que eu a leio sinto como se estivesse dentro dela, ao lado das personagens, assistindo o que está acontecendo. Não é como se eu imergisse na mesma, mas sim como se ela ganhasse vida ao meu redor!!! Mas vamos lá…
Todo ano, na véspera do Dia de São Marcos, – Blue Sargent vai com sua mãe clarividente até uma igreja abandonada para ver os espíritos daqueles que vão morrer em breve. Blue nunca consegue vê-los — até este ano, quando um garoto emerge da escuridão e fala diretamente com ela.
Seu nome é Gansey, e ela logo descobre que ele é um estudante rico da Academia Aglionby, a escola particular da cidade. Mas Blue se impôs uma regra: ficar longe dos garotos da Aglionby. Conhecidos como garotos corvos, eles só podem significar encrenca.
Gansey tem tudo — dinheiro, boa aparência, amigos leais —, mas deseja muito mais. Ele está em uma missão com outros três garotos corvos: Adam, o aluno pobre que se ressente de toda a riqueza ao seu redor; Ronan, a alma perturbada que varia da raiva ao desespero; e Noah, o observador taciturno, que percebe muitas coisas, mas fala pouco.
Desde que se entende por gente, as médiuns da família dizem a Blue que, se ela beijar seu verdadeiro amor, ele morrerá. Mas ela não acredita no amor, por isso nunca pensou que isso seria um problema. Agora, conforme sua vida se torna cada vez mais ligada ao estranho mundo dos garotos corvos, ela não tem mais tanta certeza.
Para começar, a sinopse foi a primeira coisa que me deixou apaixonada por essa história, porque como ela mesma diz, Blue nunca antes conseguiu enxergar um espírito daqueles que morrerão no decorrer do próximo ano, pelo menos não até Gansey. E como nos é explicado logo nas primeiras páginas, isso só pode significar duas coisas: que ele é o amor da vida de Blue, ou que ela foi quem o matou.
E esse, assim como a busca por um rei adormecido, que está sendo expedida pelos garotos corvos (Gansey, Adam, Ronan e Noah), são os pontos centrais da trama, já que são eles que levam ao encontro do mundo de Blue e de sua família mediúnica, com o dos garotos da Aglionby. Os que iniciam todo o emaranhado de acontecimentos que desencadearão os demais, e os únicos pontos da história que sei e posso falar sobre sem dar spoilers.
A escrita da autora é incrível!!!!!!!!! (e quando digo incrível, é INCRÍVEL MESMO. Eu li os três primeiros livros, que eram os que tinham sido lançados na época, em poucos dias e fui correndo comprar A Corrida de Escorpião, porque fiquei em uma baita ressaca literária quando eles acabaram). Ela faz com que acreditemos com tanta força naquilo que está escrito nas páginas, que nem temos tempo de desejar estar dentro do universo que criou, porque sentimos que fazemos parte dele. Tudo isso com uma pitada de humor e sarcasmo, que apesar de simples, te fazer gargalhar durante a leitura. Principalmente se as cenas forem composta por Gansey e Blue, que adoram se alfinetar, ou Ronan e Calla (uma das melhores amigas de Maura, mãe da Blue), que conseguem ser extremamente ácidos e desagradáveis quando querem, o que, na maioria das vezes, chega a ser cômico (E me fez amá-los).
Sobre as personagens…A Blue, nossa pequena protagonista, é a MAIOR PERSONAGEM FEMININA QUE VOCÊ RESPEITA!! (Sorry, Hermione, mas é a verdade). Baixinha, enfezada, preocupada com o meio-ambiente e a única não médium da Rua Fox 300 (o que na visão dela a torna normal e isolada de um mundo diferente daquele que conhece), onde mora com sua mãe Maura, suas melhores amigas, Calla e Persephone, e diversas outras mulheres da família, ela busca sempre, com seu estilo alternativo, se destacar das demais pessoas da cidade. Ela é também bastante sensata, meiga, engraçada, com uma personalidade marcante e feminista, que me fez gostar dela desde o início. Isso fora o seu modo de ver o mundo, que envolve não pensar naquilo que não se tem, já que isso só torna as coisas mais difíceis e não as mudam, e dar valor as pequenas coisas.
Eu gostei de tudo que envolve a casa da Rua Fox 300. O modo de vida, a bagunça, a correria, o barulho, mas principalmente as mulheres, Maura, Calla e Persephone, que apesar de diferentes possuem uma relação de amizade única, e são encantadoras, principalmente quando decidem tomar uns drinks aos domingos hahaha. E é justamente essa relação e a personalidade, também marcante, das mesmas que leva a outro ponto que me chamou a atenção: a autora construiu com maestria suas personagens secundárias, elas são tão profundas quanto as personagens principais, e isto da uma consistência impressionante à história.
Já em relação aos garotos corvos , é impossível não se apaixonar, o pouquinho que seja, por todos eles, começando por Gansey, que é aquele pelo qual esperamos desde o momento em que Blue vê seu espírito na igreja abandonada. Rico durante toda sua vida, ele pode parecer em alguns momentos um tanto quanto arrogante, mas conforme o conhecemos melhor, podemos notar o quanto isso é desconhecido pelo próprio e acontece de forma não intencional, um efeito colateral de se ter nascido dentro de uma família tão rica, e que ele quer, somente, ajudar seus amigos. Amigos esses, que durante toda a história a personagem coloca acima de si, e que só estão ali, juntos, por conta do mesmo, já que ele é o alicerce, o “líder” e aquele que traz estabilidade ao grupo.
Durante os POV’s do Gansey, eu conseguia sentir tanto que não sabia nem como denominar aqueles sentimentos. Ele é o que podemos chamar de um velho vivendo em um corpo de jovem, e carrega tanto peso nos ombros que eu estava esperando ele colapsar, sério. Ele vive tão preocupado em manter os amigos bem e com a ideia fixa de que por ser rico, e um outro motivo que não posso contar, deve algo ao mundo, que não se da o direito de reclamar, se sentir frustrado ou arrasado. E ao mesmo tempo ele consegue ser todo determinado, engraçado e exalar tanta confiança, que só consigo descrevê-lo como maravilhoso, e é por isso (todo esse amor e favoritismo), que eu tenho uma certa birra com a personagem a seguir. Adam Parrish!
O Adam, é uma personagem humilde, pobre, com sérios problemas familiares e que precisou trabalhar desde cedo para conseguir aquilo que queria, até mesmo entrar para Academia Aglionby, que ele acredita que vai levá-lo a conquistar as coisas por seu próprio mérito e esforço. Até ai tudo bem, ele quer ser independente e trilhar seu caminho, o que me incomodou porém, foi como ele pareceu ambicioso, em determinados momentos, e como isso o levou a tomar atitudes imprudentes e irresponsáveis, acarretando em diversas brigas com seu melhor amigo, Gansey. E seu orgulho, que sempre o faz enxergar de forma errada as ações do amigo, que quer auxiliá-lo, quando essas envolvem dinheiro.
Já Noah é o amigo que não diz muito e está sempre passando despercebido, mas que, com certeza, possui a história mais surpreendente de todas. E o que está mais profundamente interligado com toda a busca das personagens e as linhas ley! O clímax que a história dessa personagem criou no livro, foi um tapa tão bem dado na minha cara (mesmo com as pistas ali o tempo todo!), que nem deu tempo de me preparar para o impacto.
E há RONAN LYNCH, o bad boy de cabelo raspado e com tatuagens, que vive se metendo em confusões desde que o pai foi assassinado e esconde dor e mais dor por debaixo de toda a sua imagem de garoto malvado e fodão, além de segredos que nem ele mesmo se lembra!!! Esse também é a personagem em que Stiefvater decidiu trabalhar a homossexualidade do livro, e fez de modo SENSACIONAL. E sabe por quê?
Exatamente por não ter trabalhado nada! (WTF ARE YOU SAYING??)
Em momento algum ele precisou se assumir, assim como as personagens héteros não precisaram, ou precisou agir de algum modo específico para isso, porque não existe um modo de agir. Apenas estava ali, naturalmente, como se é, com o desenrolar do seu interesse amoroso, que eu shippei muuuuito!!
Enfim, o livro é uma confusão de personagens intensas e inesquecíveis; de acontecimentos e segredos não revelados; de histórias não contadas; e conflitos de interesses. Tantas coisas, que nem sei mais o que dizer sobre ele (sei que já disse isso e escrevi feito uma louca apaixonada, mas okay), mas que quando começa a se desenrolar e as coisas se encaixam parece uma obra de arte, sem exageros.
E tem uma capa LINDA, que te deixa admirada, uma diagramação super gostosa e capítulos curtinhos que fazem com que a leitura flua rapidamente. Ou seja LEIAM ESSE LIVRO E ESSA SAGA MARAVILHOSA, PORQUE NÃO VÃO SE ARREPENDER!
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