Nas sombrias e sujas minas de sal de Endovier, um jovem de 18 anos está cumprindo sua sentença. Celaena é uma assassina, e a melhor de Adarlan. Aprisionada e fraca, ela está quase perdendo as esperanças quando recebe uma proposta. Terá de volta sua liberdade se representar o príncipe de Adarlan em uma competição, lutando contra os mais habilidosos assassinos e larápios do reino. Endovier é uma sentença de morte, e cada duelo em Adarlan será para viver ou morrer. Mas se o preço é ser livre, ela está disposta a tudo.
Há tempos que eu via esse livro pra lá e pra cá, aparecendo na minha timeline do Facebook, vez ou outra no Skoob e pelas livrarias. Mas nunca me interessei em ler. A capa, além de não me chamar a atenção para olhar duas vezes, me passou a ideia totalmente errada do livro.
A primeira impressão que tive foi que se tratava de algum livro sobre um herói ou coisa do tipo de cabelos compridos e platinados. Algum ser fantástico, talvez. Um matador de dragões, um assassino de alguma vila… Fiquei muito surpresa quando descobri que Trono de Vidro, na verdade, contava a história de uma assassina, Celaena. E que a nota do livro no Skoob era altíssima, com boas indicações.
Mas, mesmo assim, ficou lá parado na lista de desejos sem receber muita atenção. Decidi pedi-lo de amigo secreto no natal. E meu irmão não me deu somente o primeiro volume como também a continuação, Coroa da Meia-Noite. E ele nunca fez algo tão inteligente na vida dele: devorei o livro em praticamente um dia e, agradecida por já ter o segundo volume em mãos, devorei-o também.
Surpreendi-me com a qualidade da história, dos personagens e de tudo, e me surpreendi mais ainda ao ver que não é um livro que recebe a atenção que deveria receber. Tá, eu sei, ele não passa uma boa impressão na primeira vez que se olha pra ele… Mas fico feliz de ter dado outras chances para finalmente me interessar por ele. Fiz minha missão pessoal fazer com que o livro interesse também a outras pessoas, e reuni aqui 5 dos inúmeros motivos pra ver se animo alguns de vocês a ler! 😀
Pois é. Tudo começou no site FictionPress.com, onde Sarah J. Maas, a autora, escrevia a história há 10 anos. A fanfic agradou tanto aos leitores que o incentivo deles deu a coragem para que Sarah publicasse o livro! O carinho dos leitores é tão bacana que o mapa do mundo de Erilea foi uma fã de Israel quem fez. Aqui a autora até conta a história (ilustrada, haha!) de como o mapa nasceu. Super carinhosa! 😀
“…o universo de Trono de Vidro começou a ganhar forma quando Sarah J. Maas pensou: e se a Cinderela fosse uma assassina? E se fosse ao baile não para dançar com o príncipe, mas para matá-lo? Assim nasceu Celaena Sardothien, a heroína que conquistou milhares de leitores…”
Lembram do Maxon, de A Seleção, que eu tanto elogiei? Eu não. Depois de Chaol, o capitão da guarda do rei, o Maxon ficou no chinelo. Chaol Westfall é aquele cara que fica praticamente de escanteio durante boa parte do livro, sendo turrão e calado. Não se parece e nem age como o príncipe encantado, mas é o melhor amigo de um. Ele está ao lado de Celaena desde o começo do livro, quando a tira de sua vida aprisionada das minas de sal e a leva para que o príncipe Dorian a avalie e faça a Celaena a proposta de ser sua campeã em troca de liberdade. Está sempre tomando conta dela, disfarçando a preocupação com o dever. A provoca e serve como alvo de provocações, a treina para que ela volte a sua forma física de assassina para que possa sobreviver às provas até que ela vomite de tanto esforço com corridas matinais e lutas… Puxa, a definição de um homem perfeito não é? Hahaha!
Apesar do jeitão de Petruchio, Chaol não passa de um nerdão que quer provar a si mesmo e aos outros seu valor, fazendo o que está ao seu alcance para ser leal a família real e protegê-los, nem que isso signifique ficar afastado emocionalmente de Celaena e não se esquecer de pois mais que seja uma moça bonita e divertida, é também uma assassina perigosa e habilidosa que não pode ser subjugada.
Eu sei, eu sei. O livro conta a história de uma assassina fodona. E como que essa baboseira de triângulo amoroso se encaixa em uma premissa dessas? Às vezes alguns traços fúteis de Celaena me irritavam, pois eu tinha o mesmo pensamento: como assim uma garota que foi criada para ser fria, para matar com eficiência desde pequena pode ter tempo para se preocupar com rapazes e vestidos bonitos enquanto luta por sua liberdade e sobrevivência?! Mas temos que fazer um esforço e lembrar que Celaena não passa de uma garota de 17 anos que teve uma infância difícil e após um ano presa nas piores condições possíveis se vê sendo tratada quase como uma princesinha dentro de um castelo (que ela odeia, mas ok).
E para nooooossa alegriiia não é um triângulo amoroso à lá crepúsculo: Celaena é interessante, instigante. Há motivos para que dois ou mais rapazes tenham interesses amorosos por ela, e ela não os trata como seus bichinhos de estimação enquanto vive em uma dúvida cruel em que a história gira em torno de quem ela vai escolher. Não. A história é dela, sobre seus mistérios, sua liberdade, seus segredos… E é apimentada por esse triângulo angustiante que me fez mudar drasticamente de opinião depois de algumas páginas. No começo simpatizei com o príncipe Dorian, pensando que nunca iria querer que ela ficasse como sem graça do capitão da guarda. MAS o cara é esperto e vai te conquistando aos poucos. Hehehe. O bom (e ao mesmo tempo péssimo) é que não é uma história básica, onde apenas ficar com o personagem resolverá tudo. Shit happens, e happens a lot hahaha! E esse será o meu próximo motivo…
Sou Chaolena desde criancinha. Hehe.
CARA, eita livro que me surpreendeu! Eu costumo ter muita facilidade em “adivinhar” o que vai acontecer nos livros, qual será a reação das personagens, o desfecho… Mas a autora conseguiu me enganar direitinho várias vezes! Quando eu achava que a história estava caminhando para uma conclusão óbvia… BANG. Ia tudo para o lado oposto do que eu estava pensando. Isso quando eu não acertava e a história me fazia acreditar que eu estava errada, só para depois me mostrar que (infelizmente) eu estava certa!
Enquanto lia olhava para o tanto de páginas que faltavam com desespero, pensando em quantas desgraças ainda poderiam acontecer dali pra frente. Ao mesmo tempo em que queria terminar logo, tinha vontade de fechar o livro e deixar a história ali, quietinha, com todos felizes para que nada de ruim acontecesse, hahaha! Senti o mesmo desespero quando fui procurar sobre quantos livros a série terá, achando que iria ser uma trilogia… E descubro que a autora pretende escrever uns 6 ou 7 livros. G e n t e. Se nos dois primeiros já deu ruim, imagina o que não pode acontecer nos próximos? Eu tô morrendo de medo! E de curiosidade, claro!
Trono de Vidro pode ter um fandom pequeno comparada a outras séries, mas é um fandom pra lá de carinhoso e criativo. As artes são maravilhosas e na maior parte delas parece haver um consenso entre os fãs de como os personagens são fisicamente, o que me ajudou muito a imaginar ainda mais fielmente os acontecimentos.
A série, assim como falei de A Seleção, também possui outros contos que acontecem antes da história que se inicia em Trono de Vidro, nos mostrando como Celaena se tornou a melhor assassina de Adarlan. Aqui no Brasil, em março, será lançado o livro A Lâmina da Assassina, reunindo esses contos.
E o terceiro livro? Entrei em contato com a Galera Record pelo Facebook para saber se havia alguma previsão de lançamento e me responderam que Heir of Fire (título original) será lançado no segundo semestre. E que chegue logo, não aguento mais de saudades e de curiosidade! Já vi alguns spoilers que não me agradaram nem um pouco, mas ainda tenho esperanças que tudo mude de novo em meio ao tantão de páginas, hahaha!