45 Do Segundo Tempo é uma comédia dramática brasileira, dirigida, escrita por Luiz Villaça e o roteiro também é escrito por Leonardo Moreira. O filme segue sendo elogiado pela crítica e com um bom trabalho de divulgação para o público.
Na trama, Pedro (Tony Ramos, sempre ótimo) é um senhor já desgostoso com os golpes da vida e vive de nostalgia. Ele decide recriar uma foto tirada em 1974, na ocasião da inauguração do Metrô de São Paulo, para reencontrar dois amigos da escola, Ivan (Cássio Gabus Mendes) e Mariano (Ary França), que se tornou padre com o passar dos anos.
O reencontro garante muitas risadas, relembram muita coisa das antigas, mas, para a surpresa de todos, Pedro anuncia que está prestes a se matar, quer passar os últimos dias com seus amigos, mas não sem antes de realizar seu último desejo: ver o seu time do coração, Palmeiras, ser campeão.
Este não é o primeiro filme brasileiro com a temática do futebol, há outros longas como Boleiros, Heleno e O Casamento de Romeu e Julieta, mas a diferença entre esses trabalhos está na abordagem, pois já foram tivemos biografias de atletas do passado, outros filmes já falaram sobre a paixão pelo esporte e até do fanatismo, mas este aqui aborda o futebol como razão de viver e do quanto ele pode fazer a diferença na vida da pessoa.
Sem contar que ele mexe em um assunto delicadíssimo, que é o suicídio, mas sem explorá-lo e muito menos em torná-lo exposto (alguém se lembrou de 13 Reasons Why?)
Mas o que torna este um trabalho interessante é que este assunto entra não para falar sobre a morte, mas sobre a vida, sobre como ela tem que ser vivida, no momento certo e na hora certa. OK, a nostalgia faz farte do ser humano, é muito bom relembrar de grandes momentos, mas não dá para viver apenas do passado e não é exagero comparar sua temática com a do clássico A Felicidade Não Se Compra, de 1946.
E tem mais: o futebol, assim como qualquer esporte e assim como o próprio cinema, tem o poder de mudar o dia ou a vida de uma pessoa. Quem olha de fora pode achar uma bobagem, mas não se deve mexer com a paixão e com o coração de ninguém em área nenhuma.
Nada disso significa que 45 Do Segundo Tempo seja um filme pesado ou que dê gatilho, muito pelo contrário. É um delicioso encontro entre amigos, como um café ou conversa de bar, relembrando os tempos áureos da vida de uma pessoa, mas sempre com o foco no presente, seja na profissão, relacionamentos ou no time do coração.
Aliás, o ator Tony Ramos é são-paulino na vida real, mas interpretou um palmeirense de forma tão convincente e honesta que esse detalhe clubista acaba passando desapercebido. E o time escolhido é só um detalhe para todas as metáforas do longa, já que o foco está na história, nos dilemas e nos personagens.
45 Do Segundo Tempo é um filme que merece ser visto, independentemente da idade, ideologia, se gosta ou não de futebol. Além de fortalecer a cultura brasileira, o público ainda vai se envolver com uma boa história, não importa de onde ela venha.
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