15 anos de O Exorcismo de Emily Rose

O Exorcista é dos melhores, mais importantes filmes de terror da história e provavelmente é o melhor filme sobre exorcismo do cinema. Porém, suas continuações foram um fracasso de público, crítica e parece que mexer neste vespeiro perigoso de exorcismo é sempre sinônimo de fracasso, certo? Errado! Desde que tenha uma boa história, boa direção e bons personagens, dá para fazer qualquer tipo de filme por mais delicado que o tema seja.

O Exorcismo de Emily Rose foi um sucesso de público, crítica e sempre lembrado quando o assunto são filmes de terror dos anos 2000.

O filme é baseado em um caso real (mas os nomes foram trocados) ocorrido nos anos 1970 – curiosamente, a mesma década do filme O Exorcista – e basicamente é dois filmes em um só: no período “presente” da trama, a advogada Erin Bruner (Laura Linney) aceita defender o padre Richard Moore (Tom Wilkinson) que foi acusado de homicídio porque uma das fiéis de sua igreja, Emily Rose (Jennifer Carpenter, excelente no papel!) morreu após uma sessão de exorcismo na qual ela foi submetida após seu comportamento ficar estranho.

O filme intercala as cenas de tribunal com os flashbacks da vida de Emily, sua adolescência, então normal, até sua mudança de comportamento e a única saída era o exorcismo.

Scott Derrickson, de Doutor Estranho, dirige e escreve este filme. Sua direção de atores é competente e não há nenhum que destoa, seja Laura Linney fazendo uma advogada novamente – ela havia feito também em As Duas Faces de Um Crime em 1996 – e como ela é ateia, tem sua fé questionada ao defender um padre católico.

O filme é feliz em não apontar o dedo na religião de ninguém, o respeito com as ideologias e em ser imparcial no tratamento dos personagens.

E a montagem, a transição entre as duas linhas temporais é feita com elegância e sem confundir seu espectador. A trama de direito é um deleite de diálogos sem questionar quem é leigo no assunto, a história de tribunal convence e atiça o espectador até o final.

Já a trama de terror consegue assustar sem destoar com o restante do filme. Vemos o bom gosto das escolhas do diretor sem apelar para sustos fáceis. E assusta muito. Não à toa é sempre lembrado quando o assunto são filmes de terror ou de exorcismo. A transformação da personagem assusta até o mais cético e a cena de exorcismo é a mais memorável desde… O Exorcista!

E tudo isso bem interpretado pela ótima Jennifer Carpenter, sua Emily é o melhor papel de sua carreira até aqui (desculpa fãs da série Dexter) e mesmo antes do filme ser rodado a atriz já chamou atenção: ela convenceu o diretor logo na primeira bateria de testes e o resultado ficou mais do que perfeito.

O Exorcismo de Emily Rose é um terror simples, direto, mas que assusta muito. É uma trama de horror com exorcismo e convence dos dois jeitos.

Dois pelo preço de um acaba sendo melhor do que um só.

Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

Share This Post On